sábado, 31 de dezembro de 2011

Hora das retrospectivas pessoais!

O ano de dois mil e onze foi pra mim assim... como é que eu posso dizer? mmmm... Intenso! É isso, não tem outra palavra. Aliás, tem sido assim pelo menos nos últimos sete anos ou mais. Normal pensar nisso agora, né?! Afinal, não tem dia melhor pra se fazer uma retrospectiva pessoal do que trinta e um de dezembro.
Então vamo lá, finzinho de dois mil e quatro, ainda no penúltimo ano de faculdade. Entre dois mil e quinhentos candidatos, consegui abocanhar uma das onze vagas pro jornalismo no programa de estágio da TV Globo. Dois mil e cinco, então, foi fundamental. Foi quando comecei a aprender de verdade o que era jornalismo em televisão. Um ano no qual observei, absorvi e me preparei.
Dois mil e seis foi maluco. Foi quando me formei, saí do estágio e com a ajuda de um monte de gente caí na estrada pra ver se eu realmente tinha jeito de fazer aquilo que sempre tive vontade: ser repórter. Comecei cobrindo férias em Itapetininga, depois passei por Santos, até que cheguei contratado em Dracena, no extremo oeste do estado de São Paulo. No pequeno escritório da TV Fronteira aprendi a me virar. Um cara chamado Claudinei Troiano foi meu mestre. Só pisou em faculdade pra gravar matéria, só que conhece mais de jornalismo que muito bacharel por aí.
Em dois mil e sete fui promovido. Presidente Prudente foi meu rumo. Fui pra sede, emissora maior, mais gente, talvez mais responsabilidade. E ali eu me soltei. Comecei a dar forma ao estilo que me segue até hoje. Celsão, Luciano, Adílson, Sandro, Cláudio, Paulinho... Repórteres Cinematográficos com letra maiúscula. Foram os caras que me ajudaram a encontrar um jeito "meu" de fazer TV. Com eles coloquei em prática idéias loucas. Muitas não funcionaram, mas as que deram certo fizeram muito sucesso, com a graça do bom Deus.
Foi o que preparou meu terreno pro pulo do gato. Em dois mil e oito, matérias malucas começaram a chamar a atenção dos meus antigos chefes de São Paulo. Fui chamado pra começar a cobrir fins de semana e férias na capital. Ao todo foram quase seis meses de volta ao lugar que me ensinou o que era TV. E ali dei meu sangue. Muita gente acreditou que eu seria contratado imediatamente, estava tudo dando certo. O destino até queria isso, mas não naquele momento. Em outubro voltei pra Prudente e logo em seguida recebi uma grande proposta: ser repórter de rede em Brasília pelo SBT. Topei!
Dois mil e nove, portanto, foi outro recomeço. Nova cidade, nova emissora, nova função. Agora segurava o microfone pro país todo me ver... todo dia. Ali entendi a responsabilidade de ser um repórter de rede, mesmo cedo, aos vinte e quatro anos. No segundo semestre mais uma novidade: minha primeira viagem internacional. E longa. Quarenta dias fora do Brasil gravando na China e na Mongólia... que experiência!
Aí veio dois mil e dez. Um ano que ajudou a consolidar minha imagem no jornal. Fiz muita coisa bacana, e, logo nos primeiros meses do ano, fui avisado que iria ser o repórter da seleção Brasileira na Copa do Mundo da África. Comecei a cobertura em maio, na convocação feita no Rio de Janeiro. Depois fui pro Paraná fazer a preparação do time do Dunga em Curitiba. Aí segui pra África, onde viajei seguindo a seleção por boa parte das cidades sede e ainda na Tanzânia e no Zimbábue. Foi show!
Depois de tudo isso tive a certeza que dois mil e onze seria tranquilo, o que mais poderia acontecer? Muita coisa... mal sabia eu. Alberto Villas assumiu a direção de jornalismo do SBT e apostou muito em mim, sou eternamente grato. Viajei mais... São Paulo, Goiás, Salvador, Paraíba. Cresci, me projetei e no dia trinta de junho, recebi mais uma proposta... voltar pra TV Globo em São Paulo. Foi como se um parente estivesse me ligando pra eu voltar pra casa. Aceitei e aqui estou. Na volta reencontrei todo mundo. Parecia que nunca tinha saído. E olha que fiquei dois anos e meio fora. Poderia jurar que não.
Dois mil e doze chegou. Esperar o que, hein? Sei la... melhor não esperar... deixar que aconteça. Porque dessa forma tem funcionado demais. Muito, mas muito melhor do que qualquer planejamento que eu poderia ter feito. Meu conselho é: faça planos. Mas não estranhe se eles não se desenrolarem do jeito que você previa. Tudo muda... ainda bem que é assim. Feliz dois mil e doze pra você!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Sim... fiquei pra titio!

Demorou! Mas, enfim, aconteceu... a Isabella nasceu. Não, sério, porque juro que eu cheguei a pensar que não ía rolar. Nunca vi menina mais preguiçosa. Mas aí quando me dei conta, o preguiçoso era eu. Preguiça de colocar a cabeça pra funcionar só um pouquinho. Minha sobrinha - e afilhada - é filha do cara mais leeeeeeeeeeeeeeento da história recente da humanidade. Diego Siani, pior que tartaruga com reumatismo. Aí o elemento vai e me arruma uma mulher mais vagarosa que ele. Juntou o devagar com o "freio de mão puxado", o "parei sem saber" com o "morri e ninguém me contou", o lesado com o vigia de escargot... enfim. Quando a gente foi ver, Paty estava grávida. Diego, claro, demorou bastante pra entender o que acontecia até chegar à conclusão: "phodeu". Mas o tempo passou, a barriga começou a cresceu, e veio o primeiro ultra-som. Aí, parceiro, um abraço. Isso porque eu ainda nem falei da minha mãe. A cidadã conseguiu pôr no mundo quatro homens (sim, tive irmãos gêmeos, que morreram logo após o parto... já superei, contenha o choro, ok?!). O sonho da vida dela era ter uma menina, tanto que ela vive dizendo que enchia o cabelo do meu irmão de chuquinhas (na verdade era o meu cabelo, mas é phoda de assumir isso). Agora imagina você a felicidade dela com o nascimento da primeira neta... a menina que ela tanto queria. Ãããããããããiiiii, que olelhinha maisss linda. Aaaaahhhhh, cossa gotossa da fofó. É daí pra pior, companheiro.
Eu sou o padrinho. Tô babando, dá pra ver, eu sei. Demorei dois meses pra conseguir ir a Santos e conhecer a nova Siani. Véi, na boa... entendi todas as síncopes embasbacadas da minha mãe ao telefone falando da neta, todos os olhares absurdamente entusiasmados do meu irmão nas photos que ele me mandou com a filha, todas as empolgações na hora de montar o quarto dela. Agora, mais do que nunca, sinto a distância da família. Queria muito ver minha sobrinha crescer, mas destino é destino... bicho chato "dusinferno". O jeito vai ser, pelo menos por enquanto, correr pra Santos sempre que der. Uma folga prolongada, um resquício qualquer de férias, muito disso vai se transformar em pretexto pra eu ir ver minha afilhada gorducha. Foi o que aconteceu em fevereiro, quando saí de Brasília pra um merecido descanso, passei por 397 cidades do interior de São Paulo e vazei pra Santos. Enfim conheci a "tossamaidotossadititio". Um fenômeno da babylândia. Sorridente igual ao padrinho, toda gorducha com uma papada de Jô Soares mirim, um barato. Ela é exatamente do jeito que todo bebê deveria ser... risonha e cheia de dobras. Um marshmallow sapeca. Toda ativa, uma estripulia da moléstia. Bicho, ela é um fenômeno. Fenômeno ao pé da letra, porque ela é gordinha que nem o Ronaldo. Ele, aliás, parou a carreira chorando e ela começou a vida sorrindo. Juro que não é exagero. Ela dá gargalhadas, acha tudo engraçado, em especial a minha mãe. Outro dia abri a porta do quarto às duas da manhã pra dar um boa noite e ela tava com o olhão aberto deitada ao lado da mãe, essa sim já quase dormindo. As pupilas dilatadas pra tentar observar com atenção todos os detalhes do quarto montado em tons de roxo clarinho. Virava a cabeça pros lados como quem busca algo de novo pra examinar com o olhar, uma descoberta em meio a um ambiente já conhecido. Não me aguentei com a cena, entrei no quarto pra dar beijo no pescoço com cheiro de pomada e assoprar a pancinha infantil toda esbranquiçada com restinho de talco e, quando me sentei perto, ela abriu um sorriso tão gostoso, que me obrigou a ficar ali por quase uma hora. Dava pra ouvir as gargalhadas dela com as minhas palhaçadas do quarto ao lado, onde minha mãe dormia um sono, que denunciava o quão pesado era pelo nível de decibéis emitido durante os roncos compridos, ecoados por toda a casa. Não sei se a Isabella ria disso também, mas que ela tava achando muita graça, isso ela tava. Depois de muito custo ela se acalmou, ameaçou fechar os olhos e me deu a deixa que também era hora de me deitar. Dei uma última beijoca e fui dormir leve, lembrando de cada trejeito gostoso dela.
Poucos dias depois voltei pra Brasília com a sensação de estar deixando pra trás o mais novo pedacinho de mim. Uma pecinha gorducha, fundamental pro meu quebra-cabeça... e eu nem sabia disso antes dela nascer. Vou ser o tio mais "deseducador" possível, porque pra educar já bastam os pais. Meu papel vai ser o de bagunçar, gerar aquele caos divertido, tão importante pro desenvolvimento de uma criança. Quero que ela seja o melhor dos adultos, que tenha um coração bom. Isso, quero que ela tenha um coração bom, é só o que eu realmente peço. Porque a partir disso, todo o resto vem naturalmente, é consequência lógica. Pra mim, só se é completo se o interior valer a pena. E a julgar pelas gargalhadas que ecoam pela casa, ela vai ter o melhor dos corações!