segunda-feira, 14 de março de 2011

Sim... fiquei pra titio!

Demorou! Mas, enfim, aconteceu... a Isabella nasceu. Não, sério, porque juro que eu cheguei a pensar que não ía rolar. Nunca vi menina mais preguiçosa. Mas aí quando me dei conta, o preguiçoso era eu. Preguiça de colocar a cabeça pra funcionar só um pouquinho. Minha sobrinha - e afilhada - é filha do cara mais leeeeeeeeeeeeeeento da história recente da humanidade. Diego Siani, pior que tartaruga com reumatismo. Aí o elemento vai e me arruma uma mulher mais vagarosa que ele. Juntou o devagar com o "freio de mão puxado", o "parei sem saber" com o "morri e ninguém me contou", o lesado com o vigia de escargot... enfim. Quando a gente foi ver, Paty estava grávida. Diego, claro, demorou bastante pra entender o que acontecia até chegar à conclusão: "phodeu". Mas o tempo passou, a barriga começou a cresceu, e veio o primeiro ultra-som. Aí, parceiro, um abraço. Isso porque eu ainda nem falei da minha mãe. A cidadã conseguiu pôr no mundo quatro homens (sim, tive irmãos gêmeos, que morreram logo após o parto... já superei, contenha o choro, ok?!). O sonho da vida dela era ter uma menina, tanto que ela vive dizendo que enchia o cabelo do meu irmão de chuquinhas (na verdade era o meu cabelo, mas é phoda de assumir isso). Agora imagina você a felicidade dela com o nascimento da primeira neta... a menina que ela tanto queria. Ãããããããããiiiii, que olelhinha maisss linda. Aaaaahhhhh, cossa gotossa da fofó. É daí pra pior, companheiro.
Eu sou o padrinho. Tô babando, dá pra ver, eu sei. Demorei dois meses pra conseguir ir a Santos e conhecer a nova Siani. Véi, na boa... entendi todas as síncopes embasbacadas da minha mãe ao telefone falando da neta, todos os olhares absurdamente entusiasmados do meu irmão nas photos que ele me mandou com a filha, todas as empolgações na hora de montar o quarto dela. Agora, mais do que nunca, sinto a distância da família. Queria muito ver minha sobrinha crescer, mas destino é destino... bicho chato "dusinferno". O jeito vai ser, pelo menos por enquanto, correr pra Santos sempre que der. Uma folga prolongada, um resquício qualquer de férias, muito disso vai se transformar em pretexto pra eu ir ver minha afilhada gorducha. Foi o que aconteceu em fevereiro, quando saí de Brasília pra um merecido descanso, passei por 397 cidades do interior de São Paulo e vazei pra Santos. Enfim conheci a "tossamaidotossadititio". Um fenômeno da babylândia. Sorridente igual ao padrinho, toda gorducha com uma papada de Jô Soares mirim, um barato. Ela é exatamente do jeito que todo bebê deveria ser... risonha e cheia de dobras. Um marshmallow sapeca. Toda ativa, uma estripulia da moléstia. Bicho, ela é um fenômeno. Fenômeno ao pé da letra, porque ela é gordinha que nem o Ronaldo. Ele, aliás, parou a carreira chorando e ela começou a vida sorrindo. Juro que não é exagero. Ela dá gargalhadas, acha tudo engraçado, em especial a minha mãe. Outro dia abri a porta do quarto às duas da manhã pra dar um boa noite e ela tava com o olhão aberto deitada ao lado da mãe, essa sim já quase dormindo. As pupilas dilatadas pra tentar observar com atenção todos os detalhes do quarto montado em tons de roxo clarinho. Virava a cabeça pros lados como quem busca algo de novo pra examinar com o olhar, uma descoberta em meio a um ambiente já conhecido. Não me aguentei com a cena, entrei no quarto pra dar beijo no pescoço com cheiro de pomada e assoprar a pancinha infantil toda esbranquiçada com restinho de talco e, quando me sentei perto, ela abriu um sorriso tão gostoso, que me obrigou a ficar ali por quase uma hora. Dava pra ouvir as gargalhadas dela com as minhas palhaçadas do quarto ao lado, onde minha mãe dormia um sono, que denunciava o quão pesado era pelo nível de decibéis emitido durante os roncos compridos, ecoados por toda a casa. Não sei se a Isabella ria disso também, mas que ela tava achando muita graça, isso ela tava. Depois de muito custo ela se acalmou, ameaçou fechar os olhos e me deu a deixa que também era hora de me deitar. Dei uma última beijoca e fui dormir leve, lembrando de cada trejeito gostoso dela.
Poucos dias depois voltei pra Brasília com a sensação de estar deixando pra trás o mais novo pedacinho de mim. Uma pecinha gorducha, fundamental pro meu quebra-cabeça... e eu nem sabia disso antes dela nascer. Vou ser o tio mais "deseducador" possível, porque pra educar já bastam os pais. Meu papel vai ser o de bagunçar, gerar aquele caos divertido, tão importante pro desenvolvimento de uma criança. Quero que ela seja o melhor dos adultos, que tenha um coração bom. Isso, quero que ela tenha um coração bom, é só o que eu realmente peço. Porque a partir disso, todo o resto vem naturalmente, é consequência lógica. Pra mim, só se é completo se o interior valer a pena. E a julgar pelas gargalhadas que ecoam pela casa, ela vai ter o melhor dos corações!

3 comentários:

Carola, eu mesma! disse...

ôoo que coisa mais linda! Há um ano e meio tenho sabido como é isso, e da forma contrária, com um menino numa casa só de mulheres! Cada jeitinho, cada novidade, cada coisinha....agora a gente entende e vê como facilmente já faz parte! E "marsmallow" foi tudo de bom! hhaha! Saudade, Sianiii!! Beijo da Morena!

Giovanna disse...

*___________* A sua sobrinha é linda, linda e linda!Dá até vontande de ter uma sobrinha assim também ^^
Beijos!

Fernanda disse...

Oi Phelipe, estou muito tempo para achá-lo na internet. É que eu só escuto o jornal do sbt, não vejo, então nunca soube seu nome. Acredita? Eu ficava pensando: que beleza, esse jornalista tem um texto tão legal, matérias tão bacanas, por que ele não diz o nome dele no final? Tipo Phelipe Siani pro SBT?????????????? Parabéns pelo seu trabalho, mas acho mesmo que vc tem que dizer seu nome no fim das reportagens. Pronto, puxei a orelha! E era só isso mesmo que eu queria! Muito sucesso pra você. Precisamos mesmo de jornalistas criativos, com um bom texto. Abraços