sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Eu sei que ainda tá bem longe, mas já tenho idéia de onde vou curtir minha merecida aposentadoria!

Ok, ok, ok... sem xingamentos muito sujos, por favor, também não é pra tanto, vai. Não sou nem um pouco imprescindível na vida de quem dedica algum tempo que seja pra ler as “lelecrices” quê escrevo. É verdade, há meses não encosto meus dedos nervosos no teclado pra escrever algo que preste minimamente pra esse blog. Rapaz, ta difícil, hein. Não sei o que é pior, a falta de tempo ou o excesso de preguiça que faz o tempo faltar. Mas enfim... tô de férias, ó que coisa boa, moço! Já passei por Minas, onde comi pé de moleque com rapadura (eu sei, é estranho, mas eu comprei sem querer achando que era só amendoim); pelo Rio de Janeiro, onde não fui nem no Corcovado e nem no Pão de Açúcar; segui pra Santos pra visitar mamãe, o mano, vó, vô, tia, “primaiada” e me estressar com uma vizinha um tanto quanto desequilibrada, pra ser bem ameno; e aí agora to em Presidente Venceslau... cidadão, viu?! Sério. Tá, vai, quarenta mil habitantes não enchem nem a metade do maracanã, mas é tudo gente do bem. Povo do interior é “bão demais”. É por aqui que eu vou me aposentar, com certeza absoluta. Só faço uma adaptação nesses planos se mudar de idéia (o que acontece de três a setenta vezes por dia).
Dá uma analisada nos prós e nos contras: Do lado bom da coisa tem o tal do tereré, ervinha maldita que vicia quem bebe. Quase um chimarrão com uns galhinhos bem grossos. Bebida encorpada e que a gente toma gelada. O melhor é que sempre junta uma roda grandes amigos “figuraças” pra “resenhar” (geralmente falar sobre futebol e carro) e passar o copinho de mão em mão. Todo mundo bebe na mesma “bomba”, um tipo de canudo de ferro cumprido. Só evito quando tô com herpes, sacanagem com os parceiros, né?! Aí tem pracinha, rua de paralelepípedo, um aceno de mão pra um conhecido a cada vinte metros, compra no supermercado assinando vale pra pagar depois, quando puder, como puder. Aqui é tudo assim. E o futebol? Tem quase todo dia. Aqui “pelada” a gente chama de “racha”. “E aí, Gu, tem racha hoje?”. É sempre tão bom ouvir que sim, arrumar a chuteira na mochila e correr pro campo.
Mas pra um hiperativo com déficit de atenção como eu deve ser no mínimo entediante viver por aqui a maior parte dos trezentos e sessenta e cinco dias do ano. Sei lá, acho que me acostumei com barulho de buzina, hélice de helicóptero e sirene de polícia embalando minhas noites de sono mais ou menos bem dormidas. Amo acordar às três da madrugada e dar uma descida no mercadinho vinte e quatro horas pra comprar um chocolate. Acho fantástico ter tudo à mão sempre que precisar, contar com inúmeras opções na hora de cotar o preço de uma peça pro carro ou um lustre pra casa.
Sou louco por trabalho e absurdamente apaixonado pelo que faço, com a graça do nosso bom Deus. Ah, mas sempre que eu venho pra essas bandas tenho uma instantânea vontade de ficar por aqui pra sempre. Uma vontade que só sinto aqui. Quem sabe um dia alguém funda uma cidade de fato com todas as características positivas de uma metrópole (inclusive com o barulho na hora de dormir), mas com aquele “jeitaço” maravilhoso e apaixonante de cidadezinha bem de interior mesmo. Olha, amigo, se um dia esse lugar existir alguém me avisa... que eu corro pra lá!