sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O presente do presente

A teimosia é algo digno de quem não pensa. E me coloco nessa classe. Sou teimoso, por vezes chato. Dou murro em ponta de faca. Futebol? Torço, grito, xingo. Muito. Política? Não se comenta em público. Religião? Amém. Tenho a mania de buscar a felicidade. Teimo que no fim tudo vai dar certo. Mas a maior das teimosias, acho eu, é acreditar que tenho poder sobre o meu futuro. Não. Fazer planos é besteira. É querer controlar o incontrolável. É dirigir um carro sem volante. Em alta velocidade. Vivo em busca do futuro. Tolice das grandes. Esqueço do presente. Passado já passou. Mas e o agora? Por que o presente tem esse nome? Presente não se nega. Eu nego. Todos os dias. E só agora eu percebo. Desfeita. Mas vou mudar. Vamos? Abrir os braços. Visualizar o dia envolto num grande laço vermelho. Ver que é da gente. Chegou pra gente. Quem entregou? O cartão está em branco. Faltam dizeres. Quem se habilita? Entendo. O futuro é condicionado ao presente diário de viver. Não é nosso. Não sou jogador de futebol. Nem astronauta. Não é nosso. Sou a imagem do futuro. Aquele incerto. Destino? Acredito, mas é um brincalhão. Estraga festa. O futuro promete o incerto. Transforma o novo em tendência. O presente do destino é sempre surpresa. E deve ser aberto no escuro.